top of page

Ver também:
 

Serigrafia
SAAL - Miragaia

Para a estreia do Percurso e Lançamento do Caderno SAAL - MIRAGAIA, a 23 de Julho de 2023, no Porto, editamos a serigrafia homónima, com desenho da dupla Von Calhau!.

 

MISSIVAS TROCADAS ANTES DO PRELO (Internet, 2023)

 

Ricardo Medina - Obrigado pelos desenhos que foram enviando nas últimas semanas. A mim parece-me bem o caminho que seguiram, e a vossa leitura daquilo que vos apresentei. A interpretação que eu faço daquilo que enviaram (corrijam-me caso esteja muito ao lado....) é a casa como elemento base de tudo o que faz parte deste tema (falta de casas/luta por casas/desigualdade/luta/reivindicação) = ou melhor, a casas como a síntese de todo o projecto. 

 

O próprio desenho/representação que vocês fazem da casa é de certo modo elementar, no sentido em que está representada pelos símbolos que fazem de uma construção uma casa, ao mesmo tempo que são comuns a todas as casas (telhado/porta/janelas).

No primeiro desenho achei muito interessante que ao mesmo tempo que tudo isto seja bastante perceptível, o desenho, também bastante figurativo, ainda assim é totalmente abstrato porque as portas e janelas são repetições da mesma casa de que fazem parte. O que quer isto dizer? Pode ter que ver com a questão de dentro do SAAL como o conhecemos, haver diferentes tipos de SAAL? Ou do entrando num SAAL apercebemo-nos que este não acabou/não foi extinto, e estamos dentro de uma repetição infinita (algo que nunca acaba/tem fim)? Gostava de saber se estas perguntas poderão fazer sentido....

Nos restantes desenhos a porta é substituída por uma arcada (referência a miragaia ou algo mais?) e no último aparece um pássaro (qual o significado?).

Se acharem que faz sentido, pedia uma resposta aquilo que for possível responder dentro das perguntas que fui plantando aqui.

 

Von Calhau! - É isso, então temos a representação de uma casa cujas janelas abrem para outras casas com janelas a abrir para mais casas. Uma infinidade de casas vistas através da janela. A janela como dispositivo de observação. Se entendermos a representação da casa como uma cara veremos que o tradicional lugar dos olhos na cara é o mesmo lugar em que se encontram as janelas. Olho e janela encontram-se num ponto que separa o interior do exterior.

 

As arcadas remetem para Miragaia sim, mas também para o lugar sombrio do fundo da boca, se pensarmos novamente na dicotomia casa/cara. Tem ali aqueles dentinhos...

Como referiste, a posição da arcada no desenho substitui o lugar tradicional deixado para a porta. A porta que faz a passagem entre espaço privado e público é então substituída pela arcada, que representa exclusivamente um lugar público.

 

Sobre o pássaro – é uma gaivota, ou uma quase-gaivota!? Era preciso pôr lá um habitante e a gaivota está ali entre o doméstico e o selvagem.  Não é uma ratazana, mas também não é um gato. Há qualquer coisa de ambíguo nesse animal que nos parece adequado para esta situação. Para além de que está por todo o lado em Miragaia.

 

Claro que isto são questões conceptuais, questões que se prestam a interpretações várias. Deixamos isso sempre em aberto. Não existe uma leitura certa. A estas, juntamos questões de composição, formais, etc… e neste capítulo talvez aqueles desenhos escolares que enviaram tenham tido alguma influência. 

Autor · Von Calhau!

Edição · Confederação

Coprodução · Cultura em Expansão / Câmara Municipal do Porto

Impressão · Serigrafia sobre papel colorido

Formato · 25 x 65 cm

Edição limitada · 40 exemplares

 

PVP · 0€

(Envio via CTT para Portugal Continental e Ilhas 20€)

Edições
bottom of page